LIÇÃO 11

O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO

Lição Bíblica - Jovens e Adultos - 13 de março de 2011

TEXTO ÁUREO

"Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue [...] e das relações sexuais ilícitas [...]" (At 1 5.28,29 - ARA).

VERDADE PRÁTICA

A expansão da igreja é um processo que envolve a ação do Espírito Santo e a obediência irrestrita do crente ao mandato evangelístico de Jesus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Ex 4.29 - O primeiro concílio de Israel

Terça - Nm 11.16-30 - Um concílio de homens sábios e santos

Quarta - Js 7.6 - Um concílio prostrado ante o Senhor

Quinta - Ed 5.6 - Um concílio sob o olhar do Senhor

Sexta - At 1.12-26 -  A primeira reunião dos apóstolos

Sábado - At 6.1,2 - A segunda reunião dos apóstolos

INTRODUÇÃO

Sob as instâncias de Paulo e Barnabé, os apóstolos convocam o Concílio de Jerusalém, para tratar de uma questão que vinha perturbando os crentes gentios: Deveriam es­tes também observar, os costumes e ritos judaicos? Isto porque, "alguns que tinham des­cido da Judeia ensina­vam assim os irmãos: Se vos não circuncidar­des, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos" (At 15.1).

As decisões desse concílio, realizado no ano 48, foram mais do que vitais à expansão do Cristianis­mo até aos confins da terra.

I. O QUE É UM CONCÍLIO

Definição. Originária do vocábulo latino concilium, a palavra concílio significa conselho, assembléia. O concílio, por conseguinte, é uma reunião de representantes da Igreja, cujo objetivo é deliberar acerca da fé, doutrina, costumes e disciplina eclesiástica.

Os concílios no Antigo Testamento. O primeiro concílio da ve­lha aliança deu-se quan­do Moisés congregou os anciãos de Israel para declarar-Ihes o plano de Deus para libertar os hebreus do Egito (Êx 4.29). A partir daí, muitos foram os concílios convocados quer pelos reis, quer pelos profetas, para tratar das urgências nacionais e das crises que surgiram ao longo da his­tória de Israel no Antigo Testamento (2 Cr 34.29; Ed 10.14; Ez 8.1).

Os concílios em o Novo Testamento. Os apóstolos reuni­ram-se em três ocasiões distintas, para decidir sobre pendências na comunidade cristã. A primeira vez para eleger Matias em lugar de Judas Iscariotes e aguardar a chegada do Consolador; a segunda para instituir o diaconato; e a terceira, para discutir as imposições que os judaizantes buscavam impor sobre os cristãos gentios (At 1.12-26; 6.1-15; 15.6-30).

II. A IMPORTÂNCIA DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM

A terceira reunião dos após­tolos, que viria a ser conhecida como o Concílio de Jerusalém, foi tão importante e vital à Igreja de Cristo que dela dependia o futuro do Cristianismo. Se os apóstolos houvessem cedido à pressão dos judaizantes, a religião do Nazareno extinguir-se-ia em mera seita judai­ca. Mas os dirigentes da Igreja, ins­trumentalizados pelo Espírito Santo, houveram-se com sabedoria e firme­za, possibilitando que o Reino de Deus, transcendendo as fronteiras de Israel, se universalizasse até aos confins da terra.

O Concílio de Jerusalém foi modelar desde a convocação até as suas derradeiras decisões.

Convocação. O Concílio de Jerusalém foi convocado pelos apóstolos sob as instâncias de Paulo e Barnabé. Enviados pelas igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia, requeriam eles fosse tomada uma resolução urgente quanto a este problema: deveriam os gentios observar também os costumes e ritos judaicos, incluindo a Circuncisão?

Presidência. Sendo a figura de Pedro preponderante entre os santos da circuncisão, conclui-se tenha ele presidido o Concílio de Jerusalém. Em todos aqueles acalo­rados debates, o apóstolo agiu com sabedoria, moderação. Tudo fez por preservar a unidade da Igreja no Espírito Santo.

Debates. As discussões são acaloradas. Extremados na defesa do farisaísmo, exigiam os judaizan­tes: "É necessário circuncidá-Ios e determinar-Ihes que observem a lei de Moisés" (At 15.5 - ARA).

Em seguida, Pedro levanta-se e põe-se a historiar como os gentios, por seu intermédio, vieram a con­verter-se a Cristo. Para calar a boca aos adversários, indaga o apóstolo: "Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais pude­ram suportar; nem nós? Mas cremos que fomos salvos pela graça do Se­nhor Jesus, como também aqueles o foram" (At 15.10,11 - ARA).

Depois da exposição de Pedro, os também apóstolos Paulo e Barna­bé tomam a palavra. Faz Lucas esta observação: "Então toda a multidão silenciou, passando a ouvir a Bama­bé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios" (At 15.12 - ARA).

O pronunciamento de­cisivo de Tiago. Apesar de sua reputação conservadora, sai Tiago, irmão do Senhor, em defesa dos santos gentios e da universalidade da Igreja de Cristo: "Pelo que, Julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se conver­tem a Deus, mas escrever-Ihes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de ani­mais sufocados e do sangue" (At 15.19,20 - ARA).

 III. A CARTA DE JERUSALÉM

Encerrados os debates, deci­dem os apóstolos enviar uma en­cíclica às igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia, por intermédio de Paulo, Barnabé, Judas e Silas, expondo as resoluções tomadas no Concílio de Jerusalém (At 15.27-30). Resoluções estas, aliás, que se fizeram univer­sais tanto em relação ao tempo quanto ao espaço; tornaram-se con­temporâneas dos cristãos de todas as eras. Em resumo, o documento trata dos seguintes temas:

Da salvação pela graça. Deixam os apóstolos bem patente o seu apoio ao evangelho que Paulo proclamava aos gentios: a salvação pela graça (At 15.11).

Da comida sacrificada aos ídolos. A carta circular dos apóstolos é bem clara: "Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos" (At 15.29). Terá essa recomendação alguma serventia para nós hoje? Além das festas juninas e dos doces distribuídos no dia de Cosme e Damião, há muitos banquetes consagrados aos deu­ses das riquezas, às divindades do poder corrupto e corruptor, e aos demônios da permissividade moral e do relativismo ético. Outrossim, cuidado com os restaurantes que, logo na entrada, expõem a sua divindade como se fora um mero folclore. Não é folclore; é demônio mesmo.

Da ingestão de sangue e de carne sufocada. Parece uma recomendação banal? Nada na Bíblia pode ser banalizado. Ouçamos e obedeçamos à encíclica apostólica: "Que vos abstenhais [..,] do sangue, da carne de animais sufocados" (At 15.29 - ARA). Receitas culinárias que empregam o sangue como um de seus ingredientes contrariam as leis divinas. Leia Gênesis 9.4.

Das relações sexuais ilí­citas. Num século tão promíscuo e leniente como este, a recomendação dos santos apóstolos não haverá de ser esquecida: "[..,] que vos abste­nhais das relações sexuais ilícitas" (At 15.29). O que é uma relação sexual lícita? É a praticada no âmbito do casamento entre um homem e uma mulher. Logo, o sexo antes e fora do casamento é ilícito e pecami­noso (Êx 20.14; Ap 22.15). Pecado também é o homossexualismo tan­to masculino quanto feminino (Lv 18.22; Rm 1.26-27; 1 Co 6.9).

A voz dos apóstolos não pode ser calada pela "lei da mordaça".

CONCLUSÃO

Que o exemplo dos santos apóstolos mova a Igreja de Cristo a livrar-se de toda briga local, a fim de mostrar a sua vocação universal e eterna. O mesmo Espírito que di­rigiu o Concílio de Jerusalém faz-se presente no meio de seu povo, ins­pirando os ministros do Evangelho a tomarem decisões de conformidade com a Bíblia Sagrada. Interessante, o concílio convocado para combater o legalismo judaizante tornou a Igreja de Cristo mais santa e pura.