Lição 8

QUANDO A IGREJA DE CRISTO É PERSEGUIDA

Lições Bíblicas – Jovens e Adultos – Domingo 20 de fevereiro de 2011 

 TEXTO ÁUREO 

"Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa" (Mt  5.11).

 VERDADE PRÁTICA 

Apesar das perseguições contra a Igreja de Cristo, o evangelho torna-se, a cada dia, mais universal e influente. Nenhuma perseguição haverá de deter o avanço da Igreja. 

LEITURA DIÁRIA 

Segunda - 1 Co 10.13 - Deus dá o escape para sua igreja

Terça - Tg 1.2-4 - Deus prova a fé da igreja

Quarta - SI 46. I-3 - Deus é o refúgio da sua igreja

Quinta - SI 54.7 - Deus livra a sua igreja da angústia

Sexta - Is 43.2 - Deus conforta sua igreja em meio a perseguição

Sábado - SI 126.6 - Os molhos da vitória 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 8.1-8 

INTRODUÇÃO

Semeado em Jerusalém, o sangue de Estêvão frutifica a vocação universal da Igreja de Cristo. O que parecia mais uma seita judaica extrapola as fronteiras de Israel como Reino para conquistar o império. Nesse processo, Saulo de Tarso antagoniza um importante papel. Perseguindo, espalha a chama do evangelho. Mais tarde, já converso e perse­guido, leva esta mesma flama até aos extremos da terra. O martírio de Estêvão não foi em vão. Mais tarde, testemu­nharia Tertuliano (155-222), um dos mais importantes apologetas eclesiásticos: "Quanto mais nos esmagardes, tanto mais cresceremos, que é semente o sangue dos cristãos".

Neste momento, a Igreja de Cristo é perseguida em todo o mundo. Sim, perseguem-nos não apenas física, mas cultural e institucionalmente. À semelhança dos cristãos primitivos, quanto mais tentam reprimir-nos local­mente, mais universalmente nos espalhamos. 

 

I. OS EFEITOS DA MORTE DE ESTEVÃO

O teólogo inglês Mathew Henry (1662-1714), um dos maio­res comentaristas das Sagradas Escrituras, escreve mui sábia e apropriadamente: "Al­gumas vezes Deus le­vanta muitos ministros fiéis sobre as cinzas de um deles". Haja vista o martírio de Estêvão. Se aos olhos humanos era uma simples execução, à vista divina aquela morte foi o caminho que condu­ziu muitos à vida, inclusive um homem fero e irreconciliável como Saulo de Tarso. Somente a história haveria de avaliar os efeitos do assassinato daquele justo.

1 - Sobre Paulo. Como ouvir um discurso como o de Estêvão e não curvar-se às evidências do evangelho? Embora teimasse em não reconhecer a Jesus como o Messias de Israel, Saulo de Tarso não pôde ficar indiferente às pala­vras e ao martírio daquele santo. É o que depreendemos destas palavras do próprio Senhor: "Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões" (At 26.14). Aliás, o mesmo Saulo o confessa: "E, quando o sangue de Estêvão, tua tes­temunha, se derramava, também eu estava presente, e consentia na sua morte, e guardava as vestes dos que o matavam" (At 22.20).

A evangelização de Saulo teve início com o sermão de Estêvão, em Jerusalém, sendo complementada, em Damasco, por Ananias. Muito em breve o que localmente perseguira a Igreja, universal­mente haveria de expandi-Ia de Antioquia a Roma.

2 - Sobre a Igreja. Com os termos da Grande Comissão a ecoar-Ihes nos ouvidos, sabiam os santos apóstolos que a Igreja não poderia circunscrever-se a Jerusalém (Mt 28.19,20). Mas quando sair à Judeia? Quando al­cançar Samaria? E quando atingir os mais distantes lugares da terra? Estando ainda estas perguntas por se responder, eis que o martírio de Estêvão precipita a dispersão da Igreja de Jerusalém.

Ao relatar o evento, escreve Lucas: "Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra" (At 8.4). Por conseguinte, quando aqueles piedosos varões puseram-se a sepultar o corpo de Estêvão, não sabiam eles estarem, na verdade, semeando uma semente que, de imediato, multiplicar-se-ia dentro e fora dos termos de Jacó. Não foi exatamente isto o que ensinara o Senhor: "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto" (Jo 12.24). Mais tarde, con­firmaria o doutíssimo Tertuliano as palavras do Cristo: "O sangue dos mártires é a semente da Igreja".

As perseguições à Igreja não ficaram no passado. Este sistema, que jaz no maligno, tudo faz por sufocar a Noiva do Cordeiro. Está você preparado a defender a sua fé? Morreria por amor a Cristo? Não podemos fugir a essa pergun­ta. Que a nossa confissão seja tão firme quanto à de Jan Hus (1369-­1415), reformador protestante da antiga Boémia: "Com a maior alegria confirmarei com meu san­gue a verdade que tenho escrito e pregado".

 

II. QUANDO A IGREJA É PERSEGUIDA

Quem ainda não leu o exce­lente livro Torturado por Amor a Cristo? Escrito pelo pastor romeno Richard Wurmbrand (1909-2001), mostra-nos o quanto a Igreja de Cristo sofreu nos países comunis­tas. Atrás da cortina de ferro, eram os cristãos perseguidos física, cultural e institucionalmente.

1 - Perseguição física. Neste exato momento, muitos são os missionários, pastores e leigos que, torturados e até mortos por causa da santíssima fé, fazem boa e ousa­da confissão ante o verdugo (1 Tm 6.13). Se pudéssemos ouvir-Ihes o clamor! Oremos por nossos irmãos na China, na Coréia do Norte, em Cuba e nos países muçulmanos. Em cada uma dessas nações, há uma igreja de Esmirna (Ap 2.8-11). Deixemos, pois, o conforto de Laodiceia e saíamos a espalhar a boa semente do Evangelho.

2 - Perseguição cultural. Embora vivamos num contexto cultural, não podemos nos con­formar, sob hipótese alguma, com a cultura do presente século (Rm 12.1,2). Então, como devemos agir? Se, de fato, somos o sal da terra e a luz do mundo, transfor­memos a cultura que nos busca envolver através da proclamação da Palavra de Deus (Mt 5.13).

As manifestações culturais deste mundo apregoam sutil e quase que, imperceptivelmente, o relativismo moral, a substitui­ção dos valores bíblicos por uma ética leniente e permissiva e a entronização do homem no lugar que pertence exclusivamente a Deus. Como não podemos nos conformar com tais coisas, somos alijados da vida cultural da socie­dade. Não agiam assim os gregos em relação ao Evangelho (1 Co 1.22-24). O que os inquisidores deste mundo não sabem é que a loucura de Deus é mais sábia do que os homens (1 Co 1.25).

3 - Perseguição institucional. Os interesses do Reino de Deus jamais se coadunarão com os deste mundo. Por isso, levantam-­se alguns potentados, buscando amordaçar a Igreja de Cristo. Ten­tam eles, sob o apanágio de um humanitarismo falso e aparatoso, impedi-Ia de protestar, por exem­plo, contra o homossexualismo. Outros buscam descriminalizar práticas como o aborto e o uso de drogas. E outros ainda afadigam se em varrer das escolas qualquer vestígio do criacionismo bíblico.

Diante de todos esses ata­ques institucionais, lembremo-nos da exortação do pastor batista norte-americano, William S. Plumer (1759-1850). Alerta-nos ele: "Perseguição não é novidade... a ofensa da cruz jamais cessará".

 

III. COMO ENFRENTAR A PERSEGUIÇÃO

Assim devemos, portanto, enfrentar a perseguição:

1 - Evangelizando e fazen­do missões. Se bem atentar­mos, constataremos: a Igreja só começou a evangelizar e a fazer missões depois da perseguição que lhe moveram as autoridades judaicas após a morte de Estêvão (At 8.4,5; 13.1-3). O que estamos esperando? É hora de atravessar­mos as fronteiras com o Evange­lho de Cristo.

2 - Apresentando uma apologia de nossa fé. Contra a perseguição cultural e institucio­nal, a recomendação de Pedro é clara e urgente: "Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre pre­parados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (1 Pe 3.15 - ARA).

3 - Conservando nossa identidade como povo de Deus. Somos perseguidos, porque somos um povo especial, zeloso e de boas obras (Tt 2.14). Enfim, representa­mos tudo o que o mundo odeia. Nós, luz; eles, ainda em trevas. Porfiemos por uma vida santa e justa.

 

CONCLUSÃO

O Diabo tudo fez por matar a Igreja em seu nascedouro. O que ele não sabia, ou fingiu esquecer, é que as portas do in­ferno jamais prevalecerão contra a Igreja de Cristo. O Diabo não pôde emudecer a Filipe nem a Paulo. Como diria o teólogo A. W. Tozer (1897-1963): "O fogo de Deus não pode ser apagado pelas águas da perseguição dos homens".

 

RESPONDA

1)      O que é motivou a perseguição à Igreja em Jerusalém?

2)      O que fizeram os crentes quando perseguidos?

3)      Que tipos de perseguição passa a Igreja?

4)      O que as manifestações culturais, de modo sutil, apregoam?

5)      Como devemos enfrentar as perseguições?

Fonte: Lições Bíblicas – 1º Sem/2011 – Jovens e Adultos - CPAD

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